Descrição enviada pela equipe de projeto. Construído perto do Aeroporto Internacional Luxembourg-Findel, o Porto Franco de Luxemburgo, um centro de compras livre de impostos, contém instalações de armazenamento altamente seguras, salas de exposições e escritórios administrativos.
O projeto foi desenvolvido pelo escritório Atelier d'Architecture 3BM3, em Genebra, que também projetou ambos os Portos Francos de Genebra e Cingapura. Seu enfoque é na segurança, questões legais, técnicas e funcionais, além de boa qualidade arquitetônica.
O Porto Franco não é apenas um depósito, é uma vitrine para expor arte, com galerias privadas e efêmeras. Se fosse possível resumir o conceito do projeto em poucas palavras, seria apropriado dizer que tudo foi pensado para ir além do armazenamento seguro simples e espaço modular. Ao contrário da identidade arquitetônica externa, o conceito arquitetônico do interior está alinhado com os tesouros guardados.
Os requisitos legais se tornaram uma desculpa para um jogo volumétrico que quebra a banalidade de uma caixa simples e cria tensões formais. As limitações técnicas, incluindo questões de segurança tais como o controle do ambiente externo, o controle de acesso, sensores sísmicos, detectores de umidade, o controle de temperatura e umidade, de mercadorias na entrada, com as mais recentes tecnologias, formaram o caráter arquitetônico do edifício.
Um envelope praticamente sem janelas, com aberturas zenitais para captar luz, pesado e com portas imponentes protegem o edifício. Suas fachadas de alto desempenho controlam a temperatura. Este envelope é revestido por pedras que permite que a imagem do edifício vibre e varie de acordo com o passar do dia e do tempo.
Uma variação de espessuras permite que os gabiões alterem a percepção da pedra que invade as fachadas do edifício, colocados sobre uma base em linhas verticais.
Os requisitos funcionais fizeram com que o edifício se transformasse em uma caixa preciosa, delicada e voluptuosa, que discretamente anuncia o valor dos bens que contém.
A pedra natural que compõe os gabiões muda de cores com a chuva, a neve e o sol. Com as intervenções da designer americana Johanna Grawunder e do artista português Vhils, o edifício também reforça as diferenças e semelhanças entre a arquitetura, a arte e o design. O envolvimento destes dois artistas ocorreu já na fase de concepção.
Esta particularidade se aplica especialmente ao trabalho de Johanna Grawunder, que desejava primeiro entender as qualidades arquitetônicas do projeto para propor intervenções que não parecessem adições, mas como partes constitutivas do edifício. O edifício é construído a fim de atingir os padrões de alto desempenho energia e faz parte dos conceitos de desenvolvimento sustentável. Os materiais utilizados na construção têm pouco impacto no ambiente, assim como os materiais utilizados para as instalações técnicas. Uma atenção particular foi dada ao uso de materiais reciclados e locais.
A areia com cor de concreto veio de uma fonte única e foi armazenada no local para assegurar a uniformidade máxima da cor.
Isto é feito para proteger contra várias falhas ou mau funcionamento das instalações e também permite as operações de manutenção preventiva ou curativa, sem afetar o funcionamento do edifício.
O conforto ambiental é assegurado apenas pelo ar. A água nas áreas de armazenamento não seria recomendável por causa da presença de obras de arte.
As lajes são calculadas para suportar cargas significantes, de até 2 toneladas por m². Espessura extra em torno dos pilares aumenta a rigidez.
O uso de gabiões com pedras da região reflete o desejo de construir em harmonia com o terreno.
Desde os primeiros esboços, quisemos propor uma construção compacta e racional, que são premissas essenciais para qualquer projeto com um conceito de desenvolvimento sustentável. Buscamos limitar energia e resíduos o máximo possível na utilização de materiais e processos de construção. Os materiais utilizados têm impacto ambiental limitado para a sua produção, transporte e processamento e garantem uma vida longa ao edifício.
Tanto no exterior quanto no interior foram utilizados materiais com processamento mínimo e livre de vernizes sintéticos, o que limita a emissão de substâncias nocivas ao meio ambiente. O projeto facilmente permitiu a centralização da produção de energia, o uso de energias renováveis e a gestão da água da chuva.